Conversa com jornalista Rosane de Oliveira

Conversa com jornalista Rosane de Oliveira

Após a divulgação da NOTA OFICIAL, no dia 12 de julho, informando a desistência de Sergio Wais como pré-candidato ao Senado Federal pelo Novo, a jornalista Rosane de Oliveira publicou em sua coluna que “só depois lançar a pré-candidatura, o Novo descobriu que Wais seria um peso para a campanha por suas ideias excessivamente conservadoras”. Confira abaixo.

 

Em resposta à coluna de Rosane de Oliveira, Wais enviou uma nota solicitando que a jornalista desse a ele o mesmo espaço dado a nota que foi publicada. Confira na íntegra a nota enviada pelo empresário:

Por meio de nota oficial, já havia encerrado o episódio sobre minha saída do Novo e, com a colocação do partido, também por meio de nota, ficou claro que em nenhum momento a legenda refutou quaisquer das questões por mim levantadas, o que já era esperado, pois sou um homem que costuma ter provas de tudo que afirma.

Por outro lado, entendo que sua colocação “ideias excessivamente conservadoras”, na nota publicada em sua coluna nesta sexta-feira (13), sob o título “Alívio no Partido Novo”, não foi nada didática para as inúmeras pessoas que estão morrendo nas portas dos hospitais, em grande parte por causa do assalto e roubo que os políticos corruptos vêm fazendo à sociedade brasileira, sobretudo aos mais necessitados. Corruptos esses que a mídia cita diariamente, provavelmente por terem mandato, como se fossem exemplo para as pessoas que buscam o bem.

Por acreditar conhecer as principais ideias do Novo, entendo que é, no mínimo, mal-intencionada qualquer relação a ideias excessivamente conservadas que não estejam de acordo com a honestidade, com a dignidade e a ética e, também, ao combate sem tréguas, com tolerância zero, aos corruptos, criminosos e maus brasileiros que vêm lesando o País.

Solicito que a posição por mim aqui explanada seja gentilmente divulgada em sua coluna, se possível com o mesmo espaço dado à publicada hoje. 

Liberdade com responsabilidade.

Cordialmente,
Sergio Suslik Wais


Abaixo, a resposta da jornalista:

Caro Sérgio. Sinceramente, não entendi a sua reclamação. Qual é o seu entendimento de “conservador”? De pessoas do Novo eu não ouvi nada que se relacione a corrupção ou coisa parecida. Nem tampouco a “pessoas morrendo nas portas de hospitais”. Eles se referem a conservador em matéria de comportamento. Ouvi até de uma pessoa do Novo que o seu discurso parece mais alinhado com o do Bolsonaro e do Flavio Rocha do que com o do Amoêdo.  Pela sua nota, ficou claro que o divórcio não foi amigável.

A sua defesa da “intervenção cívica”, por exemplo, estava sendo entendida como muito parecida com os discursos da extrema direita no YouTube. Por extrema-direita leia-se essa que defende o fechamento do Congresso a intervenção militar. O senhor garante que não é nada disso? Pergunto porque no dia em que conversamos, na presença do ex-presidente do Novo,  também fiquei com a impressão de que o senhor tem um certo saudosismo do regime militar, por ter mencionado a importância das aulas de Moral e Cívica.


Confira a conversa entre a jornalista e o empresário:

– Sergio Wais: Prezada Rosane, do modo como a notícia foi divulgada, sob o título “Alívio no Partido Novo”, pode dar a entender que ‘excessivamente conservador’ é a manutenção do status quo de roubo, corrupção, falta de ética e injustiça, que hoje impera na política brasileira – contrário a tudo o que eu penso e fiz ao longo de minha trajetória. Mesmo que não tivesses intenção, muitas pessoas que não me conhecem poderiam entender dessa forma, tendo em vista o alcance da tua coluna e do jornal Zero Hora. Muito embora discorde de algumas práticas do diretório estadual, relatadas em minha nota oficial, entre elas não ter acesso à lista de filiados para a escolha de meus suplentes e a convenção ser realizada por seis pessoas, entendo que como um todo o Novo traz excelentes propostas – motivo pelo qual, há aproximadamente três anos, resolvi me filiar à legenda, para ajudar a incentivar na divulgação da livre iniciativa e livre concorrência, liberdade com responsabilidade, direitos com obrigações e oportunidades iguais para todos, ideias que defendi ao longo de toda a minha vida. Como deves ter lido, abaixo do meu e-mail, as mensagens que recebi de pré-candidatos filiados demonstram o contrário do que está escrito no título “um Alívio no Partido Novo”. Espero ter esclarecido o teu questionamento. Lutei contra o Regime Militar, inclusive coordenando a maior manifestação  no Rio Grande do Sul. Portanto, não poderia ser adepto do Regime Militar, da mesma forma que não sou de nenhum tipo de populismo. O que luto, e talvez daí sua confusão, é por Ordem e Progresso, que estão inseridas na nossa bandeira. Amo o Brasil.

– Rosane de Oliveira: Não, Sergio. Eu não confundi nada. Relatei o que ouvi de ex-companheiros seus do Novo. A sua interpretação de conservador é que é bastante peculiar. Essa história de Moral e Cívica nas escolas, por exemplo, é considerada por eles como uma posição conservadora. O Amoêdo não a defende.

– Wais: Defendo o ensino dos valores cívicos, não só nas escolas, mas em todos os lugares. Ensinar civismo é ensinar a amar o Brasil. Com todo o respeito ao Amoedo (a quem não conheço pessoalmente) e que tem o mérito de estar construindo um partido como o Novo, é importante que se diga que o Amoedo é o Amoedo e o Segio Suslik Wais é o Sergio Suslik Wais e a Rosane de Oliveira é a Rosane de Oliveira.

– Rosane: Claro. Por isso o senhor saiu e ele é o candidato a presidente, não? Que vocês têm visões diferentes do que seja conservadorismo. Não tinham como continuar no mesmo partido.

– Wais: Talvez seja isso, embora os dois queiram o bem do Brasil. Desculpe, me esqueci de te incluir, nós três amamos o Brasil.

– Rosane: Obrigada.

– Wais:  E que estamos fazendo o possível para fazer um País mais justo, onde todos tenham oportunidade.


No dia seguinte da conversa, a jornalista escreveu em sua coluna sobre o “desconforto” sentido pelo ex-pré-candidato ao Senado com o posicionamento de ex-companheiros de partido: